Um rei sem dama surge do baralho
E põe-se a galopar pela campina.
Nem a cota de malha nem a fina
Armadura retém-no sob o pálio

De nuvens que relincham pelo atalho
De chuva. Só a espada desatina
Os elementos, brilho que destina,
Metal de caos que ordena o impulso falho.

Cerco de olhares, lanças que fulguram!
Algo salta o baralho e em realeza
Suplanta seus barões e a rude tropa.

Senhor e palafrém se transfiguram:
(Os jogadores são de pedra à mesa)
Coroado de si mesmo um Rei galopa.