Toma de minhas fibras mais secretas,
De meus cansaços, de meus desatinos,
E tece teu bordado de destinos,
Tuas tapeçarias tão inquietas

Como falcões nascidos de poetas.
Toma de mim, dos nervos assassinos,
Do marulhar ternura, dos felinos
Momentos que caminham para as setas.

A manhã vem surgindo, olhos de caça
Bebem no tanque rubro do horizonte.
Célere a vida pára e depois passa.

Toma de mim agora que contemplo
Tuas pupilas, fere-me, sou fonte,
Sobre as pedras saciadas do teu templo.