O menino, caminho de lembranças,
Bate a bola do mundo pela rua;
Traz cafezais nos bolsos, traz a lua,
E não encontra mais outras crianças!
Indagadas esquinas de águas mansas,
Do espectro dos sobrados, da falua,
Dos fastos que se foram, da alma nua
Que se vestia outrora de esperança.
O neto se disfarça em seus avós,
Retrato de memórias redivivas
E cantochão dos que ficaram sós.
Um menino entardece em suas fugas:
Que mãos o aprisionaram, tão esquivas,
Pássaro-tempo no alçapão das rugas!