Os dormentes da estrada inda galopam.
Não são potros, nem rios, nem fazendas
Onde chegar com malas e moendas
De triturar vazios e onde tocam

Sanfonas em varandas que hoje evocam
Os mortos, as partilhas, as contendas.
São apenas dormentes, quase lendas,
Demandas e fronteiras que provocam

O cismar de meninos já crescidos.
Só paisagens subindo na mangueira,
E apitos em mourões apodrecidos.

Não são rios, nem potros, são crianças
É fumaça vestida à marinheira:
- Sonhai, dormentes! Silenciai, lembranças!