Da semente noturna a terra cresce.
Cresce, para depois dormir o sono dos cristais
E delirar pássaros pousados
Na canção de seus braços de argila.
Brota de um riso vermelho,
Sulcada de nuvens suicidas,
Pisada pelo passo
Dos que odefereceram seus olhos
Para que as violetas pudessem nascer.
Da semente da noite a terra cresce.
Vem da alma do tempo,
Molhada de estrelas,
Com vento nos cabelos
E essências verdes que habitarão
A Infância do dia.
Surge do longe,
Sonhada antes do sonho.
Noturna com sua coroa de luas,
Fecunda com sua túnica de primaveras,
Solitária como a água que veio da montanha
Trazendo a semente dos dias remotos.
A terra é a carne.

Renasceremos.