Não construo estes barcos, pois se fazem.
Cedro crescido em minha serrania,
Velas sugadas pela maresia,
E as âncoras, vocábulos que jazem
Em múltiplas jornadas que perfazem
Circuitos de hipocampos e euforia.
Sim, o leme nasceu em manhã fria
Da solidão das mãos que embora casem
No instante de criar, depois são fugas
Em corpos, em trajetos, em contactos,
Ou tripulantes percorrendo rugas.
Passam por mim as forças que se enfeixam
No carne de estaleiros e dos atos:
- Não construo estas naus, elas me deixam!