Não busco especiarias, sou apenas
Um corpo transformado na paisagem,
Barco de amor e morte, céu de penas,
Vôo tinto de rumos e ancoragem.
Se pastoreio estas contradições
Que são agora carne e pensamento,
É porque trago a noite e seus violões
A percorrer os quarteirões do vento.
Dos passos estrangeiros crio o mapa
E a bússola escondida na lapela,
O resto é chuva desenhando a capa
Que jogo sobre o corpo da procela.
Não busco especiarias sou somente
A mesa posta e o convidado ausente.