Nós, senhores de léguas, donatários
Do tempo que é sertão; de muitas milhas
De costa, herdeiros recebendo as filhas
Da terra descoberta em rumos vários

Mal sabemos de nós, os perdulários,
Os que esbanjam lonjuras em guerrilhas,
Fidalgos de alma ruiva, reis de quilhas
E proas aportando calendários.

Nós, senhores de léguas, e mendigos
Da chama de um momento onde pervagam
Os serros, os cocares inimigos.

E o fim, senda e regresso, pluma a arder
No gorro audaz, e os passos que se apagam
Em sesmarias do deixar de ser!