A MAGIA BOMFINIANA
Se a humanidade nem sempre está atenta às primícias que de quando em quando ela produz, há exceções que propiciam retomada do credo nas criaturas.
Uma delas é o amor que envolvem pessoa e obra do poeta PAULO BOMFIM.
Ele merece em vida a reverência carinhosa de uma legião de devotos. Reconhecem eles a qualidade de sua obra e a suprema excelência da matéria-prima de que o seu ser foi composto.
A genialidade não se caracteriza, inevitavelmente, pela beleza de caráter. Quanta vez o talento compartilha a miséria da condição humana.
Em PAULO BOMFIM, o casamento é perfeito. Poeta arrebatador em espírito sedutor. Erudição e singeleza. Beleza e generosidade em doses olímpicas.
Sobre sua obra e personalidade, se pode invocar Schiller, quando observa:
Um homem pode nos agradar por sua prontidão para servir; ele pode, por meio de seu discurso, nos dar assunto sobre o qual pensar; ele pode, por meio de sua personalidade, encher-nos de respeito; mas, por fim, ele também pode, independentemente de tudo isso, e sem levarmos em consideração, ao julgá-lo, qualquer lei ou propósito, simplesmente nos agradar quando o contemplamos e pela simples maneira de seu ser. Sob esta qualidade nomeada por último, nos o estamos julgando esteticamente.
Felizes somos nós que podemos partilhar da vida e obra de PAULO BOMFIM, no convívio fraterno que é um dos maiores dons que a Providência pode reservar aos viventes.
Sorvamos e nos deliciemos com a poética magia Bomfiniana.
Renato Nalini
ex-Presidente Academia Paulista de Letras