Ruas morrendo em mim subitamente.
Calçadas vêm descendo o meu destino,
Com casas onde sinto que termino
Na chuva dos beirais de antigamente.

 

Passos pisam de leve minha mente.
Alma das tardes longas, voz de sino
Entre lajes de sol onde germino
Dos gritos silenciosos da semente.

 

Ruas morrendo em mim, cheias de infância.
Árvores mortas com raízes na alma,
Deitando folhas verdes na distância...

 

E, à noite, este infinito que ainda medra:
A voz dos passos numa esquina calma,
A serenata nos violões de pedra.